Em uma audiência decisiva contra a privatização dos serviços de saneamento em Cacoal, o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Lucas Borghi, iniciou sua apresentação com uma afirmação contundente: “Água e esgoto são direitos, não mercadorias.” Durante sua fala, Borghi destacou a solidez operacional e financeira da autarquia, comprovando que os serviços prestados superam as médias de estados mais ricos do Brasil, garantindo a eficiência do modelo público no município.
Índices de Atendimento de Cacoal Superam a Média Nacional
Em 2024, o SAAE de Cacoal apresentou dados que comprovam a qualidade de seus serviços:
Cobertura de água tratada: 99% da zona urbana (superando a média nacional de 84%).
Coleta e tratamento de esgoto: 78% das residências (muito acima da média de 56%).
Receita anual: R$ 25,9 milhões.
Superávit operacional: 18%, demonstrando eficiência financeira.
Investimentos nos últimos 4 anos: R$ 29,7 milhões provenientes de recursos próprios.
Tarifa mínima: R$ 1,52/m³, uma das mais baixas do país, muito inferior aos R$ 5,00/m³ cobrados em sistemas privatizados da região.
Lucas Borghi enfatizou que a privatização traria um retrocesso significativo para a população, com investimentos públicos contratados de R$ 137 milhões sendo substituídos por R$ 65 milhões de investimentos privados diluídos ao longo de quase 40 anos. “Não existe déficit técnico nem financeiro que justifique a privatização do SAAE”, afirmou o presidente.
Visão de Futuro e Projetos em Andamento
O diretor administrativo-financeiro do SAAE, Ademilson Marques da Silva, apresentou ainda a visão de futuro para o saneamento em Cacoal. A autarquia não só já se destaca com elevados índices de cobertura, como também tem um planejamento robusto para garantir a universalização do saneamento até 2033. Entre os projetos destacados:
Nova ETA (Estação de Tratamento de Água), com investimento de R$ 11,7 milhões, em fase final de construção, com capacidade para 1,4 milhão de litros/hora.
Carteira de investimentos aprovados: R$ 120 milhões, com R$ 82 milhões destinados à expansão e modernização do sistema de esgoto e R$ 38 milhões para reforçar a captação e a rede de água.
A meta de atingir 100% de cobertura de água e 90% de cobertura de esgoto até 2028, antecipando o prazo legal.
Ademilson ressaltou que, apesar dos novos investimentos, a tarifa de água se mantém como a mais baixa do estado, em um compromisso com a política de modicidade tarifária.
O sucesso do modelo público em Cacoal está sustentado por investimentos contínuos na infraestrutura local, o que garante uma gestão eficiente e transparente. Dentre as estratégias que contribuem para esse êxito, destacam-se:
Reinvestimento integral da receita em melhorias de infraestrutura.
Equipe local qualificada com mais de 100 servidores efetivos.
Planejamento estratégico de longo prazo alinhado ao Novo Marco do Saneamento.
Transparência nas tarifas, com estrutura de custos auditável e debatida em conselho municipal.
Próximos Marcos: Rumo à Universalização
O cronograma executivo do SAAE de Cacoal inclui diversos marcos importantes para os próximos anos, com investimentos que somam milhões e metas ambiciosas. Entre os principais próximos passos:
Conclusão da Nova ETA: R$ 11,7 milhões (85% executada) até o segundo semestre de 2025.
Lançamento dos lotes de esgoto (PAC): R$ 82 milhões, com execução entre 2025 e 2027.
Implantação de telemetria de redes: R$ 3 milhões, com início da licitação em 2025.
Universalização da água (100%) até 2026.
Cobertura de esgoto de 90% até 2028.
Com indicadores de desempenho acima da média nacional, grandes obras em andamento e a menor tarifa do estado, o SAAE de Cacoal reafirma-se como um modelo de gestão pública eficiente, provando que o saneamento pode ser um serviço de qualidade mesmo sob administração pública.
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