A cidade de Cacoal vive um caso emocionante e polêmico envolvendo uma bebê de apenas 9 meses que sofreu por quase um mês sem diagnóstico preciso na UPA 24h referência pediátrica do município. O pai, Wallison de Jesus Lúcio, viralizou nas redes sociais ao denunciar as falhas no atendimento público e expor a difícil jornada vivida pela filha, Isadora.
Os primeiros sinais de que algo estava errado surgiram em 22 de maio, quando a bebê começou a apresentar sintomas respiratórios. No dia 24/05, a família procurou o hospital público, mas apenas um raio-X foi realizado, e a criança foi liberada. Mesmo após mais duas idas à unidade, Isadora não teve acesso a exames mais completos nem a uma avaliação pediátrica especializada.
Somente no dia 23 de junho, quase um mês após o início dos sintomas, a família decidiu buscar atendimento particular. Foi então que a bebê recebeu o diagnóstico de sinusite, inflamação no ouvido e acúmulo de catarro no peito. O pai, revoltado, gravou um vídeo de desabafo e criticou duramente o atendimento na rede municipal de saúde.
“É inacreditável que minha filha tenha sofrido esse tempo todo. Foram mais de três idas ao hospital e ninguém pediu exames adequados. Se não tivesse levado ao particular, talvez ela ainda estivesse sem diagnóstico”, relatou Wallison.
O caso gerou comoção entre moradores de Cacoal. Em entrevista, o pai pediu desculpas pelo tom emocional ao se referir à enfermagem, mas manteve as críticas à falta de estrutura e atenção no atendimento infantil. Ele reforçou o respeito à categoria da enfermagem, destacando que sua própria irmã é da área da saúde.
Após a repercussão, diversas mães procuraram Wallison, relatando situações semelhantes no mesmo hospital. Elas prestaram solidariedade e afirmaram que pretendem buscar apoio jurídico para cobrar melhorias no sistema de saúde pública de Cacoal.
A Secretária Municipal de Saúde, Dayse Bruna Freitas de Santana, informou que o Pronto-Socorro Infantil 24h conta com um pediatra e quatro médicos clínicos com pós-graduação em pediatria. No entanto, o único pediatra da unidade atua apenas nas internações, não realizando consultas ambulatoriais nem triagem de pronto-atendimento. Isso levanta preocupações sobre a qualidade e precisão dos diagnósticos iniciais de crianças que chegam em estado delicado.
A situação pode configurar descumprimento da Portaria nº 2048/2002 do Ministério da Saúde, que exige a presença de pediatras especialistas em todos os turnos em unidades que atendem público infantil 24 horas.
A Prefeitura de Cacoal afirmou que a saúde materno-infantil do município nunca recebeu tantos investimentos como na atual gestão, com reformas, criação do Pronto-Socorro Infantil e fortalecimento das equipes técnicas. Mesmo assim, a administração municipal está apurando a denúncia e reafirma o compromisso com a melhoria contínua do atendimento à população.
O sindicato da enfermagem destacou que os profissionais atuam com zelo, competência e profissionalismo, mesmo diante de condições adversas, e não tolerará qualquer tentativa de desqualificação ou ataque à dignidade dos servidores públicos.
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