A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (9), Dia Internacional Contra a Corrupção, uma grande operação que resultou na apreensão e bloqueio de bens no valor aproximado de R$ 1 bilhão. A ação desarticulou uma organização criminosa responsável pela comercialização ilegal de créditos de carbono provenientes de áreas da União.
A operação, chamada Expurgare, é a terceira fase da investigação denominada Greenwashing, e envolveu simultaneamente os estados de Rondônia, Amazonas e Pernambuco. A operação foi autorizada pela 7ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Manaus (AM), que emitiu mandados de busca, apreensão e prisão preventiva contra os envolvidos.
Segundo a investigação, servidores do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) desempenhavam um papel crucial no esquema, facilitando a emissão de licenças ambientais fraudulentas, além de suspenderem multas e concederem autorizações irregulares para desmatamento ilegal. Essas ações criaram um ambiente favorável para a negociação de créditos de carbono falsificados.
O esquema criminoso começou a ser desmantelado em junho, na primeira fase da operação, quando fraudes fundiárias foram identificadas em Lábrea (AM). Ao longo de mais de dez anos, o grupo reutilizou títulos de propriedades e falsificou dados no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) com a ajuda de servidores públicos. A segunda fase, ocorrida em agosto, resultou no bloqueio de bens de luxo adquiridos pelos investigados, como apartamentos avaliados em R$ 15 milhões.
Entenda os Créditos de Carbono
Os créditos de carbono são instrumentos que permitem a compensação das emissões de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global. Empresas e países que reduzem suas emissões podem gerar e vender esses créditos por meio de projetos de energia renovável, reflorestamento e combate ao desmatamento. Cada crédito equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida.
Essa operação evidencia o risco de corrupção no mercado de créditos de carbono, que deveria ser uma ferramenta para combater as mudanças climáticas. A PF reforça a importância da fiscalização rigorosa para garantir a integridade desse mercado e proteger o meio ambiente contra fraudes que prejudicam tanto a sustentabilidade quanto os esforços globais de preservação ambiental.
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