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Porto Velho (RO) – A menos de 14 meses das eleições presidenciais de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Rondônia nesta sexta-feira, 8 de agosto, para anunciar mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos públicos no estado. A visita relâmpago, marcada para as 15h no Palácio das Artes, em Porto Velho, reuniu autoridades, movimentos sociais, prefeitos e parlamentares, numa agenda recheada de promessas que, para analistas políticos, soa mais como uma jogada estratégica em busca de apoio popular, do que uma real preocupação com o desenvolvimento da região.
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O cenário não é por acaso. O presidente chega a Rondônia com a menor aprovação popular de um governo desde a redemocratização, e sob a constante lembrança de ter sido reeleito por decisão judicial – o chamado “tapetão”. A aparição em estados do Norte, como Rondônia, levanta suspeitas de tentativa de influenciar o voto de eleitores das classes C e D, tradicionalmente decisivos e mais sensíveis a programas sociais e investimentos públicos.
R$ 1,5 bilhão: moeda de troca eleitoral?
Entre as ações anunciadas com estardalhaço está a entrega de 219 títulos de regularização fundiária para produtores rurais, além da concessão de créditos de instalação para 40 famílias assentadas. Também foi assinado um decreto que viabiliza a renegociação de títulos de terras públicas na Amazônia Legal.
Os investimentos se estendem às áreas de infraestrutura, educação, saúde, agricultura familiar e desenvolvimento social, mas o volume dos recursos e o momento político em que são liberados levantam questionamentos nos bastidores. Há quem veja nesse pacote de bondades um "voto de cabresto moderno", onde o recurso público é usado como moeda de convencimento eleitoral disfarçada de benefício social.
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Rondônia vira palco de ensaio eleitoral
A presença de ministros e aliados do governo federal, além da aproximação com lideranças locais, mostra que Rondônia entrou no radar do Palácio do Planalto. Não apenas pelos desafios estruturais que enfrenta, mas principalmente pelo seu potencial eleitoral estratégico. Com forte influência rural, conservadora e polarizada, o estado é visto como território-chave para garantir governabilidade e votos em 2026.
A visita também contou com a presença de Confúcio Moura, senador e nome que já desponta como peça de articulação política na região. A proximidade de Confúcio com o governo federal e sua participação em eventos como esse sugerem que alianças políticas estão sendo seladas agora para render frutos no ano eleitoral.
Apoiadores de Lula e manifestantes contrários à visita do presidente a Rondônia protagonizam pancadaria em Porto Velho.
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Cacoal e interior no centro do discurso
Apesar do evento ser realizado em Porto Velho, o discurso do presidente incluiu promessas que afetam diretamente municípios como Cacoal, Ariquemes, Ji-Paraná, entre outros. O setor da agricultura familiar, um dos pilares da economia rondoniense, foi apontado como prioridade nos investimentos, embora detalhes técnicos sobre repasses, prazos e fiscalizações ainda não tenham sido esclarecidos.
A população assiste com desconfiança. Muitos enxergam o gesto como um “último suspiro” político de um governo impopular, que tenta recuperar sua imagem investindo em regiões de difícil penetração política.
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